A saída dela causou estranhamento. O que soava diferente era
o tom. A melodia é a mesma, mas o tom é
que mudou. Há voz nessas palavras. É isso o que eu penso. Escuto o timbre
estridente, o riso meio abafado quando passa pra cá o que é dela. Esse muito que para quem lê é sempre pouco
significa no geral o fim de uma contradição.
O silêncio de quem escreve é coerente. Dizemos sem falar –
mas não é o bastante, não? A eloquência do silêncio funciona melhor
cara-a-cara. A coerência da palavra e da ação – da escrita com quem escreve ...
Quem lê é ávido pela vida – quem escreve, foge dela.
Bach compôs a arte da
fuga baseado no contraponto. Está
inacabada, como toda obra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário