sexta-feira, 30 de abril de 2010

Gralha azul

Andando na manhã de quinta-feira perto de um outro centro, vejo uma gralha azul. Ela pulava de galho em galho, fazendo um som que eu não conhecia, procurando por comida, por uma parceira, por uma razão de ir até à aula daquela professora. Foram cinco minutos nos quais esqueci para onde ia

Por cinco minutos eu invejei aquele pássaro, ele não precisaria ouvir as asneiras da professora N.

p.s. Matei a saudade do conhaque enquanto lia Habermas em espanhol. Bem, é uma ótima maneira de contrabalançar as coisas.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Por que não escrevi

Posso enumerar várias razões. No entanto, a mais convincente seria a de que fiquei abstêmio nesses últimos dias e isso dificulta tudo: estar sóbrio e enfrentar a vida são coisas incompatíveis. Como o Big Brother acabou, preciso de um pouco de álcool no corpo para sentir motivo de vir aqui e escrever sobre alguma coisa.

Outro motivo: eu estava às voltas com o Max Weber. Acredite: "Economia e Sociedade" é a obra de um neurótico, alcoólatra e genial pensador alemão. Esta combinação acontece poucas vezes na história.

Acordei cedinho para ver o sol em Florianópolis. O jornal da cidade, após esses incansáveis dias de chuva, estava pagando uma bolada para quem conseguisse tirar uma foto do sol. Era um artigo de luxo.

Não tirei a foto, mas lavei a roupa: achei que valia mais a pena usar o sol para isso. Eis por que não escrevi nesses dias, espero tê-lo convencido.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Frio



Saio do serviço às 22h00 e vejo uns amigos e outras pessoas da universidade paradas, no vento que está soprando por esses tempos. A temperatura caiu. Calor de 30° graus na terça e agora sensação térmica de 15° - mesmo assim, eles estavam lá, tremendo feito bambu e esperando para irem à festa e beber cerveja.

Cara: o frio é psicológico, mas a vontade de beber cerveja não tem explicação.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Como escrever um TCC

Eu simplesmente não sei. Vou jogando as palavras no papel e planejando o que eu posso. Quantos meses, quantas semanas. Eu nem sei até hoje como escrevi os meus outros trabalhos. O que posso afirmar é que estou fazendo em doses homeopáticas: uma linha, depois outra, depois outra e aí eu tenho um texto. Aí eu vejo se posso fazer um texto com isso. Claro, penso em começo meio e fim. Mas é diferente de se escrever um romance no sentido de que você imagina um público leitor que, sem dúvida, é chato à beça.

Talvez a academia seja um dos piores públicos leitores dentre todos. Não porque é o mais exigente, mas porque é o mais "conceitualmente embasado". E não há nada mais chato do que um crítico "conceitualmente embasado" - muitas vezes um crítico se supõe melhor do que a obra que avalia (e às vezes é), mas a questão não é essa.

E qual é a questão, então?

Eu entendo quando falam que escrever é uma espécie de sofrimento. O problema é que quando você escreve algo ruim, torna-se também um sofrimento para o leitor.

Bem, acho que estamos quites.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Revivendo Baudelaire ou um poema para a ressaca

Agradeço a um chapa por essa:

SPLEEN - LXXVIII - Charles Baudelaire

Quando o céu baixo e pesado cai, tal um tampo,
Sobre a alma gemente, assolada aos açoites,
E deste horizonte abraçando todo o campo
Deixa um dia escuro mais triste que as noites.

Quando a terra se torna uma cela úmida,
Onde a Esperança, tal os morcegos fugidos
Vai ferindo nos muros sua asa tímida
E batendo a testa nos tetos apodrecidos.

Quando a chuva estende suas imensas redes,
Imita as grades de uma ampla cadeia,
E uma multidão muda de aranhas rudes
Em nossos cérebros vêm tecer suas teias.

Os sinos, de súbito, saltam enfurecidos
E lançam aos céus um horrendo gemido
Tal aqueles espíritos errantes e perdidos
Que se entregam à lamento infindo.

- E longos funerais, sem música nem tambor
Desfilam lentos em minh’alma; a Esperança,
Vencida, chora, e a Angústia, atroz e com ardor,
Sobre meu crânio sua trama sombria lança.




Fonte: o Blog de Leonardo de Magalhaens

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Morro de calor

Em Florianópolis, a palavra "frio" está banida por hora. Quando todos estavam se acostumando ao frio, eis que surge um calor vindo de não-sei-onde para nos torrar a paciência. Por um lado, o outono está dando a opção de nos dias de semana você ir à praia (foram 30º graus hoje) e nos finais de semana, você pode aproveitar um vinho com a namorada.

Mas vou contar a verdade do porquê de não gostar do calor: meu ventilador faz um barulho que me assusta. É uma espécie de ranque-ranque infernal, confira no vídeo:




Imaginou os sonhos que alguém pode ter com isso ligado à noite?

domingo, 18 de abril de 2010

Vejo o lago sujo

Com sacolas, faixas de isolamento (aquelas amarelas e pretas, que a polícia e as construções utilizam). tudo isso estava no lago. Sim, pensei, pode ter sido o vento que trouxe, mas se uma sacola fora parar no lago da UFSC é porque alguém não jogou no lixo.

Não fiquei só na revolta, Elaine e eu pegamos e tiramos os plásticos da lagoa. Isso não foi na de grandioso "olhe como nós salvamos o planeta enquanto você coça o saco". Fiquei com raiva mesmo de estar fazendo aquele trabalho de graça pro Prata. Isso sim é pior do que sacola no lago.

sábado, 17 de abril de 2010

Andando pelo centro

Andei pelo centro de Florianópolis hoje. Sempre me dá aquele amargor ter de pagar R$ 2,80 pro Dário (o prefeito daqui). Fiquei pensando que ele deve ter usado o cartão cidadão (que paga meia) na época da campanha.
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Durante sua primeira campanha, em 2004, Dário andou de ônibus uma vez para sentir o drama do transporte "público" em Floripa. Legal, o problema é que depois ele nunca mais andou. Podia andar todo dia que eu até cedia meu lugar no banco para ele sentar - daí aproveitava e pedia para ele segurar minha pasta, pois sempre está cheia de coisas e pesa muito, mesmo sentado.
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Fora isso, motoristas que correm demais e algumas pessoas dormindo na rua - começamos a nos tornar uma cidade grande.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Durante a aula

Durante a aula de hoje me passou aquela música "Sabbath, bloody Sabbath" na cabeça.

"Nobody will ever let you know (Ninguém jamais te deixará saber)
When you ask the reasons why (Quando você pedir explicações)
They just tell you that you're on your own (Eles dizem que você está por si)
Fill your head all full of lies". (Enchem sua cabeça de mentiras)

Sem dúvida. Quanta baboseira tenha que escutar. O problema é que ela "valoriza" muito a presença = reprova por faltas. Complicado quando alguém te obriga a aguentar o outro - isso que é carência.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Escrever

Olá,

Estive pensando enquanto caminhava para a faculdade em duas frases.

A primeira é do químico Linus Pauling: “A melhor maneira de ter uma boa idéia é ter várias idéias".

A segunda vem do jornalista Pierre Assouline, escritor da biografia do fotógrafo Henri Cartier-Bresson. Ao ser perguntado como escrevera a biografia, Assouline responde que utilizou o mesmo método das biografias anteriores: reuniu material durante alguns anos, jogou tudo na sala e fez as conexões e detectou também as lacunas.

Escrevo mais depois. Minha fome é maior do que a criatividade. Tchau.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Olá

Logo escreverei mais aqui. O título "Estante pessoal" me foi sugerido por não sei quem. Muito obrigado, seja lá quem você for. Estou grato. Eis tudo, boa noite.

Para aproveitar um pouco a sua inteligência, fique com esse vídeo:

O perigo da história única

A escritora nigeriana Chimamanda Adichie nos revela porque fora ganhadora do Orange prize. Nada li dela ainda, também, seu livro "Meio sol amarelo" custa quase R$ 60 reais. Ao menos, dá para curtir uma excelente palestra.